Já tem gente pensando em produzir energia solar no espaço

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Por Rodrigo Bourscheidt, CEO e fundador da Energy+

Nos últimos anos, presenciamos uma mudança significativa na forma como o mundo encara o consumo e a produção de energia. A crescente preocupação com as mudanças climáticas e a necessidade urgente de proteger o nosso planeta, fez a transição energética emergir como uma solução e se tornou vital. Sem dúvida, a energia solar se destaca nesse cenário como protagonista essencial no setor.

A partir daí, não param de surgir ideias de locais onde seja possível gerar uma maior quantidade de energia solar. Vou começar falando da China. Recentemente, o país descobriu que os desertos podem ser o ambiente ideal para painéis solares. Segundo os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Xi’an, as instalações fotovoltaicas em áreas áridas não apenas geram grandes quantidades de energia limpa, mas também podem melhorar o ecossistema local, com efeitos positivos sobre o microclima, as propriedades do solo e a vegetação, projetando sombra, reduzindo a pressão do ar e umidificando o ambiente.

Do planeta Terra para o espaço, também já tem gente arrumando um jeito de explorar os raios solares, digamos, mais próximo à fonte. O empresário bilionário americano Baiju Bhatt, cofundador da Robinhood, empresa de serviços financeiros com sede nos EUA, promete revolucionar a infraestrutura energética. A proposta do executivo é construir painéis solares no espaço e transmitir a energia gerada diretamente para a Terra e essa é a missão de sua nova empresa, a Aetherflux. Com o novo investimento, Bhatt enxerga uma oportunidade única para resolver dois desafios ao mesmo tempo: a crescente demanda por energia limpa e a necessidade de liberar áreas terrestres para outros usos. Assim como a Starlink, de Elon Musk, transformou o mercado de internet por satélite com uma constelação de pequenos satélites, a Aetherflux busca criar um modelo escalável para a energia solar espacial.

No entanto, o conceito de energia solar no espaço não é novo. Desde a década de 1970, a NASA e outras agências têm investigado essa possibilidade, porém os altos custos de lançamento e a falta de tecnologia viável sempre foram obstáculos. Agora, com empresas reduzindo drasticamente os custos de envio de satélites ao espaço, a ideia está voltando a ganhar tração.

Seja na Terra ou fora de sua órbita, o fato é que o investimento em energia solar é uma grande tendência no Brasil e no mundo. Os fatores de disponibilidade, competitividade e sustentabilidade tornam a energia solar uma opção quase que imbatível. Trata-se do recurso natural mais abundante que temos, com tecnologias testadas e eficientes para o seu aproveitamento, lucrativa, geradora de empregos de qualidade e que contribui para um meio ambiente melhor, preservando o nosso planeta das grandes catástrofes ambientais que vem acontecendo nos últimos tempos. Então, sejam bem-vindas as novas ideias!

Rodrigo Bourscheidt é CEO e fundador da Energy+, rede de tecnologia em energias renováveis que oferece soluções voltadas para a geração de energia distribuída.

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